De acordo com a jornalista Ana Carolina Prado, em seu blog no site da Revista Super Interessante, um estudo da Universidade de Buffalo e da Escola de Medicina Monte
Sinai (ambas dos Estados Unidos), publicado no site da revista Nature
Neuroscience, revelou que isolar-se do convívio social por um período
prolongado pode provocar alterações cerebrais que levam a mais
isolamento.
O nosso cérebro é capaz de se adaptar às mudanças ambientais e às
experiências dos indivíduos (é a chamada plasticidade cerebral) e isso
todo mundo já sabia. Mas, até então, se pensava que os neurônios eram as
únicas estruturas que sofriam alterações. O estudo mostrou, porém, que
isso também ocorre em outros tipos de células, como as envolvidas na
produção da mielina – nesse caso, a tensão do isolamento social
interrompe a sua atividade. Alterações similares ocorrem em distúrbios
psiquiátricos, como esclerose múltipla e depressão.
A parte boa é que um período de integração social foi o suficiente
para reverter as consequências negativas do isolamento e restaurar essa
produção de mielina. Nada como manter umas boas amizades e frequentar
umas reuniões sociais para fazer você se sentir melhor, né não?
Agora, a expectativa é que o estudo ajude a entender melhor o papel
da mielina e da interação social no tratamento de distúrbios
psiquiátricos, bem como o mecanismo de adaptação do cérebro.
Um estudo da Universidade de Buffalo e da Escola de Medicina Monte
Sinai (ambas dos Estados Unidos), publicado no site da revista Nature
Neuroscience, revelou que isolar-se do convívio social por um período
prolongado pode provocar alterações cerebrais que levam a mais
isolamento.
No experimento, ratos adultos foram isolados por oito semanas para
que chegassem a um estado semelhante ao da depressão. Depois desse
período, eles foram apresentados a um rato que nunca haviam visto antes.
Apesar de serem normalmente sociáveis, aqueles que tinham sido isolados
não mostraram qualquer interesse em interagir e evitaram o novo animal.
Mas as mudanças não foram só no comportamento. A análise de tecido
cerebral dos ratos isolados revelou que os níveis de produção de mielina
no córtex pré-frontal, uma região do cérebro responsável pelo
comportamento emocional, social e cognitivo, estava significativamente
menor. A mielina, também chamada de matéria branca do cérebro, é um
material gorduroso que envolve os axônios dos neurônios e lhes permite
uma condução mais rápida e eficaz de impulsos nervosos.
Fonte:
Ana Carolina Prado
http://super.abril.com.br/blogs/como-pessoas-funcionam/quando-voce-se-isola-por-muito-empo-seu-cerebro-muda-e-passa-a-ser-mais-dificil-socializar-novamente/
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